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SĂłlido ou lĂ­quido?


Um sĂłlido que se comporta como um lĂ­quido -  que nĂŁo seja um material granulado - pode parecer algo bizarro, mas Ă© justamente isso o que Demetrius Vazquez-Molina, da Universidade Central da FlĂłrida, nos EUA, acaba de descobrir.
De acordo com as primeiras análises, o material pode abrir um mundo de novas possibilidades de aplicações no campo da eletrĂ´nica e da computação, da Ăłptica e principalmente das baterias.
Tudo começou quando Demetrius pressionou um material chamado COF-5, uma nanoesponja sintĂ©tica e nĂŁo-inflamável, para formar estruturas maiores. Ao analisar a estrutura das peças finais, usando difração de raios X, o material parecia exibir uma estrutura cristalina interna muito estranha e diferente do que seria de se esperar.
O resultado da análise mostrou que as estruturas cristalinas dentro das peças prensadas assumem padrões precisos que permitem que íons fluam livremente, como se estivessem dentro de um líquido - um autêntico sólido com comportamento de líquido.
Bateria totalmente sĂłlida
Imediatamente a equipe pensou nas baterias de lítio, que precisam de eletrólitos líquidos para que os íons de lítio fluam - mas esses eletrólitos têm limitações e vários riscos, e são eles que tornam as baterias grandes.
Usar um material sólido para que os íons de lítio fluam de um eletrodo para outro dentro da bateria pode se mostrar algo revolucionário.
"Nós ainda precisamos fazer muitos testes, mas isto é muito promissor. Se pudermos eliminar a necessidade de um líquido e usar outro material que não seja flamável, isso exigirá menos espaço e menos invólucros, o que pode realmente mudar as coisas. Isso significará baterias menores e mais leves," disse o professor Fernando Uribe-Romo, coordenador da equipe.
A estrutura cristalina desse sólido com jeitão de líquido também poderá avançar a miniaturização da eletrônica e otimizar a transferência de dados por meio de luz.

FONTE: www.inovacaotecnologica.com.br

Bibliografia:

Mechanically Shaped Two-Dimensional Covalent Organic Frameworks Reveal Crystallographic Alignment and Fast Li-Ion Conductivity
Demetrius A. Vazquez-Molina, Gavin S. Mohammad-Pour, Chain Lee, Matthew W. Logan, Xiangfeng Duan, James K. Harper, Fernando J. Uribe-Romo
Journal of the American Chemical Society
Vol.: 138 (31), pp 9767-9770
DOI: 10.1021/jacs.6b05568


Da perda de peso até a prevenção do câncer, a lista de efeitos associados aos chamados "superalimentos" em blogs e artigos na internet é impressionante.

Imagem BBC Brasil

Mas será que esses resultados sĂŁo baseados na realidade? É justamente isso que um artigo na revista New Scientist, especializada em ciĂŞncias, tenta responder na edição desta semana.
O termo "superalimento" é usado para descrever produtos muito ricos em nutrientes e considerados especialmente benéficos para a saúde. Não se trata, no entanto, de uma definição científica, mas de uma nomenclatura mais bem empregada para fins comerciais.
Em 2007, a UniĂŁo Europeia proibiu o uso do termo em embalagens de alimentos, a nĂŁo ser que houvesse uma referĂŞncia a uma propriedade especĂ­fica fundamentada em estudos de qualidade.
Independentemente disso, a paixĂŁo pelos superalimentos segue ganhando adeptos.
Segundo a New Scientist, em uma pesquisa recente feita no Reino Unido com mil pessoas, 61% admitiram ter comprado produtos por considerá-los como "superalimentos". A publicação britânica decidiu, portanto, investigar que tipo de prova cientĂ­fica existe sobre os benefĂ­cios de alguns dos mais populares.
Uma dica? "Os super alimentos são um truque mercadológico", disse à revista a nutricionista Duane Mellor, da Universidade de Canberra, na Austrália.

1. GOJI BERRY

Os frutos vêm de uma planta originária da China, onde são utilizadas na medicina tradicional, que considera que eles fortalecem o sistema imunológico, estimulam a libido e protegem contra doenças cardiovasculares e câncer.
New Scientist ressalta, no entanto, que nĂŁo podemos esquecer que a medicina chinesa tambĂ©m valoriza o pĂł dos chifres de rinocerontes.
A verdade é que há poucos estudos sobre as propriedades das goji berries. A maioria das pesquisas existentes se baseiam apenas em um dos componentes dos frutos, os chamados Polissacarídeos do Lycium barbarum (PLB).
"Mas há razões para ser cético", diz a revista britânica. "Poucos estudos definem exatamente o que são os PLB e não há pesquisas mostrando os efeitos em seres humanos".
Outra afirmação em torno da goji berry é a de que elas contêm altos níveis de zeaxantina, um pigmento relacionado à prevenção de doenças degenerativas da visão associadas à velhice.
"Outros alimentos têm o mesmo efeito e são mais baratos. Se quer consumir zeaxantina, pode encontrá-la no espinafre, repolho ou pimentões amarelos", disse Catherine Collins, nutricionista do Hospital St. George, em Londres.
Sobre a vitamina C, as goji berries contêm níveis mais elevados que os mirtilos, mas é possível obter a mesma quantidade em limões ou morangos.

2. QUINOA


Imagem BBC Brasil

Alguns estudos já mostraram que substituir cereais por quinoa pode ajudar a reduzir o colesterol e ajudar na perda de peso.
Mas, segundo a New Scientist, o nĂşmero de participantes nesses estudos Ă© tĂŁo reduzido que nĂŁo Ă© possĂ­vel extrair conclusões sĂłlidas.
Uma das pesquisas, por exemplo, foi conduzida pelo departamento de nutrição da Universidade de São Paulo com apenas 35 mulheres.
Os benefícios da quinoa citados acima são atribuídos a substâncias chamadas saponinas, que atuariam na alteração da permeabilidade do intestino.
Mas ao lavar a quinoa antes do consumo, como se costuma fazer, as saponinas sĂŁo eliminadas, junto com seus benefĂ­cios.
O nutricionista Thomas Simnadis, da Universidade e Wollongong, na Austrália, disse Ă  New Scientist que nĂŁo sabemos muito sobre as propriedades da quinoa.

3. MIRTILO


Imagem BBC Brasil

Os mirtilos são frequentemente apreciados pela capacidade de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Um estudo do departamento de nutrição da Universidade de East Anglia de 2012, feito com 93 mil mulheres, mostrou que as participantes que consumiram três ou mais porções de mirtilos e frutas por semana corriam 32% menos riscos de sofrer um ataque cardíaco do que aquelas que ingeriram essas frutas apenas uma vez ao mês.
Segundo a New Scientist, as "provas sĂŁo promissoras".
Esses benefĂ­cios podem ser atribuĂ­dos a compostos chamados de antocianinas, da famĂ­lia dos flavonĂłides.
De acordo com Gordon McDougall, do Instituto James Hutton, em Dundee, no Reino Unido, apenas uma proporção pequena destes compostos entra na corrente sanguínea.
Não se sabe se são outras substâncias, produtos da decomposição de antocianinas que carregam os benefícios ou se antocianinas atuam melhor no escossistema de micróbios no nosso intestino.

4. CHOCOLATE AMARGO


Imagem BBC Brasil

O benefĂ­cio potencial mais citado do chocolate se relaciona aos chamados flavonoides, compostos encontrados no cacau.
Estudos em colônias celulares e em roedores já mostraram que os flavonóis do cacau aumentam a produção de ácido nítrico, um precursor do óxido nítrico, que regula a pressão sanguínea.
Mas a New Scientist ressalta que os estudos em humanos encontraram resultados contraditĂłrios.
Uma revisão de vários estudos realizada em 2012 por cientistas australianos concluiu que o chocolate rico em flavonóis, o mais escuro e amargo, pode reduzir ligeiramente a pressão, pelo menos no curto prazo.
Mas é necessário realizar mais estudos para determinar se esse impacto é duradouro.
E os efeitos promissores devem ser equilibrados com o fato de que a maiorira dos fabricantes mistura o cacau a grandes quantidades de açúcares e gorduras.

5. SEMENTES DE CHIA


Imagem BBC Brasil

Os maias usavam as sementes de chia para fazer desde farinha até chá. É um dos super alimentos que mais está na moda e é possível afirmar que é uma grande fonte de ômega 3, os ácidos graxos que, acredita-se, reduzem o risco de doenças cardiovasculares e depressão.
Cada cem gramas de sementes de chia contêm aproximadamente 17 gramas de ômega 3. Uma porção de salmão do Atlântico, por exemplo, carrega cerca de 2,2 gramas da substância.
Mas diferentemente do salmão, ao ácidos graxos das sementes de chia estão em forma de ácido alfalinolênico (ALA) que o organismo converte em outros ácidos: o ácido icosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA) para obter benefícios cardiovasculares.
E esta conversĂŁo tem uma eficiĂŞncia de apenas 10%, portanto a quantidade de EPA e DHA para cada 100 gramas de chia Ă© de 1,7 grama - menor que o caso do salmĂŁo.
Para obter ácidos graxos ômega 3, recomenda-se moer as sementes.
Veredito: boas, mas alguns peixes são mais ricos em ácidos graxos ômega 3.
FONTE BBC BRASIL